Empresário põe dinheiro na cueca

BRASÍLIA -- Empresários que supostamente abastecem o "mensalão do DEM" no Distrito Federal também foram flagrados recebendo e entregando dinheiro nas gravações de Durval Barbosa, que foram feitas com e sem autorização judicial na sede da Secretaria de Relações Institucionais do DF.

Numa das imagens obtidas pelo jornal "Folha de S.Paulo" gravadas neste ano, o empresário Alcyr Collaço, dono do jornal "Tribuna do Brasil", guarda seis maços de notas na cueca. Segundo depoimento de Barbosa ao Ministério Público do DF, Collaço recebeu R$ 30 mil referentes a metade da propina supostamente paga por uma empresa que tinha um contrato na Secretaria de Saúde.

Enquanto enche a parte da frente e de trás da cueca com as notas, Collaço fala da falta de apoio que o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), tem na CÔmara Legislativa e diz que vai procurar "Antunes". De acordo com depoimento incluído no inquérito da PF, o dinheiro era distribuído entre Collaço, o secretário adjunto de Saúde, Fernando Antunes, e o secretário de Saúde, Augusto Carvalho, ambos do PPS--legenda que anunciou ontem a saída do governo.

Antunes e Carvalho negam qualquer participação em esquema de corrupção. Procurado ontem, Collaço não retornou às ligações da Folha para falar sobre o vídeo de dois minutos e 42 segundos.

O dinheiro que Collaço enfia dentro das calças seria, segundo as declarações de Barbosa, referente a um contrato da Call Tecnologia --do empresário José Celso Gontijo, que também é dono da construtora JC Gontijo. No vídeo ao qual o jornal "Folha de S.Paulo" teve acesso, Gontijo entra na sala de Barbosa, abre uma pasta e entrega dois pacotes com maços de notas. Procurado na empresa e no telefone celular, ele não foi localizado pela reportagem.

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