12/08/2009

Com custos maiores, imóvel tem alta de 15%

Luciana Lazarini
do Agora

Quem comprou ou procurou um imóvel em São Paulo no primeiro semestre encontrou menos lançamentos e preços mais salgados que no ano passado. O preço na região metropolitana de São Paulo aumentou, em média, 15% no primeiro semestre, frente ao mesmo período de 2008, de acordo com o diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia.

Oferta de 2 quartos será maior

Um dos motivos, segundo Pompéia, é o alto custo dos terrenos na Grande São Paulo.

Os principais responsáveis pela alta foram os bairros Vila Madalena (zona oeste), Jardins (zona sul), Campo Limpo (zona leste) e Vila Prudente (zona leste), além de Diadema (Grande São Paulo). A alta de preço de itens como o cimento e o aço também contou.

Para o economista-chefe do Secovi-SP (sindicato da habitação), Celso Petrucci, entretanto, os imóveis da capital não tiveram aumento significativo de preços e, para o segundo semestre, não deve haver altas acima da inflação.

"Não há espaço no bolso do consumidor para aumento de preços", afirma. Para Petrucci, o setor espera dobrar o número de lançamentos.

Com financiamentos da casa própria cada vez mais populares, a queda nas vendas não acompanhou o grande corte de lançamentos. Antes, para financiar um imóvel de R$ 90 mil, era preciso comprovar renda de R$ 3.300. Agora, é possível adquirir uma casa nesse mesmo valor com a renda familiar de R$ 1.850, segundo o presidente do Secovi-SP, João Crestana.

As construtoras colocaram o pé no freio no primeiro semestre e reduziram os lançamentos em 51,5% --foram 8,1 mil unidades nesse semestre, contra 16,8 mil no mesmo período de 2008.

As vendas no semestre também caíram, mas a redução foi menor, de 25,26%. No total, o semestre fechou com 14.368 unidades vendidas, contra 19.224 de janeiro a junho do ano passado.

Até o final do ano, a tendência é ter mais opções de apartamentos de dois quartos na capital. Com mais procura por imóveis menores e mais baratos, os apartamentos de quatro e três quartos perdem espaço diante dos de dois quartos, que são, hoje, os mais disputados (com 44% das vendas).

O estoque de imóveis de dois quartos ficou menor nos últimos dois meses frente ao mesmo período do ano passado. Só em junho, sobraram 1.281 unidades, contra 2.954 em junho do ano passado, diferença de mais de 57%.

Para o Secovi-SP, a preferência por imóveis de dois quartos reflete os resultados iniciais do programa Minha Casa, Minha Vida, que aumentou as possibilidades de financiamento para famílias com renda de até dez salários mínimos (R$ 4.650).

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