Viva Leite deixa de ser distribuído

O programa Viva Leite, do governo estadual, está parado há 15 dias, e as entidades que fazem a entrega do produto para as famílias carentes não têm mais como atender a demanda.

A equipe do Centro Social Nossa Senhora do Rosário, na Vila Pompeia (zona oeste de SP), tem de lidar com a procura de 71 crianças e de 48 idosos pelo leite, que é fornecido pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. "As famílias que nos procuram são pobres e precisam de ajuda. Não sei o que está acontecendo", disse o presidente da entidade, Severino Donatelli, 80 anos.

Donatelli é um dos 3.200 distribuidores do programa no Estado e, para tentar minimizar a situação das famílias, ele conta que tem pedido doações de leite em pó para os fiéis que frequentam a paróquia de Nossa Senhora do Rosário.

O programa Viva Leite é voltado para as famílias com crianças e idosos que têm renda de até dois mínimos. Ao todo, o programa beneficia cerca de 708 mil pessoas por mês no Estado. Todo mês, são distribuídos 11 milhões de litros de leite de saquinho pasteurizado, com ferro e vitaminas A e D, o que corresponde a meio litro por dia, por pessoa.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, disse que, até quinta-feira, a situação estará normalizada na capital e na Grande São Paulo. "Amanhã [hoje] farei uma contratação emergencial de compra de leite por três semanas para que não falte mais. Todo o leite que deixou de ser entregue será reposto", prometeu. No interior, a entrega deverá ser normalizada até o final da semana.

A suspensão da entrega do leite, segundo o secretário, não tem relação com cortes no Orçamento. Anualmente, o Estado gasta R$ 180 milhões com o Viva Leite.

O secretário disse que o contrato de compra do leite é feito duas vezes por ano e que o último venceu em 31 de agosto. Neste ano, uma das empresas chegou a ser escolhida para distribuir o leite, mas foi desclassificada ao apresentar os documentos. Já a segunda empresa questionou a escolha na Justiça. "Foi uma disputa entre empresas que atrasou o programa. Vamos antecipar os pregões na próxima vez", afirmou.

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