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Escola pública cobra por prova
Folha de S.Paulo
A Escola Estadual São Paulo, colégio modelo da rede pública paulista, no Brás (centro), cobra de R$ 1,50 a R$ 2 dos alunos para fazer as provas bimestrais e vende uniformes --uma calça custa cerca de R$ 50. Isso contrariam lei de 1983, segundo a qual escolas estaduais não podem cobrar tarifas.
Na unidade, quem não paga pela prova deve copiar as questões à mão, em papel levado de casa, segundo alunos. A escola diz que o valor cobre gastos com xerox. O caso foi relatado por 28 alunos, oito pais e um professor. Confirmam a denúncia a Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) e a Upes (União Paulista de Estudantes Secundaristas), que se posicionam contra a prática.
Apesar de a direção afirmar ter acabado com a prática, a avó de uma aluna transferida para o colégio no segundo semestre conta que gastou R$ 134 em agosto para comprar o conjunto (calça, blusão e camiseta). "Sem uniforme, disseram que ela não poderia frequentar [as aulas]." Outra aluna diz que pediu a uma costureira que copiasse o uniforme e, por isso, recebeu advertência.
Segundo estudantes, após ser procurado pela reportagem, o colégio proibiu as vendas. Agora, as avaliações deverão ser copiadas à mão.
A direção confirmou a cobrança pelas provas, mas afirmou que a venda de uniformes cessou. "Era vendido até o começo do ano, mas depois parou", disse a diretora Maria Tereza Veneziani Sbrania. José Benedito, diretor da Coordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo, disse que a escola deixou de vender uniformes a partir da publicação da portaria de 18 de junho. "Mas vamos abrir uma apuração", completou.
Se confirmadas irregularidades, Benedito diz que as medidas cabíveis serão tomadas, incluindo o afastamento da diretora.
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