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Facção impõe droga a traficantes do Rio
Luis Kawaguti
do Agora
O consumo do crack aumentou no Rio de Janeiro a partir de 2006, como uma tentativa dos traficantes de atrair usuários de drogas para morros dominados por facções criminosas. Segundo a polícia, a maior parte do crack que entra no Rio sai de São Paulo.
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Segundo o delegado Marcus Vinícius Braga, da Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro, inicialmente, as facções criminosas cariocas proibiam a venda do crack no Estado para que sua "clientela" não morresse.
"Até 2005, o crack chegava ao Rio pelo CV [Comando Vermelho] em uma venda casada do PCC [Primeiro Comando da Capital] de São Paulo. Eles diziam: 'só vendo a minha cocaína se você comprar crack'".
Mas, segundo Braga, a partir de 2006, a intensificação de operações da polícia afastou usuários de cocaína e maconha dos morros. "O CV introduziu de vez o crack no Rio para poder devolver à favela os usuários que tinham saído por causa da repressão. A cocaína e a maconha são compradas no 'asfalto', já o crack só se vende na favela", disse.
Segundo Braga e o delegado Reinaldo Corrêa, do Denarc (departamento de narcóticos) de São Paulo, o crack vendido no Rio é produzido em São Paulo. A droga é transportada entre as duas cidades em pequenas quantidades.
Segundo o secretário de Assistência Social do município do Rio de Janeiro, Fernando Willian Ferreira, grande parte dos usuários de crack da cidade é formada por moradores de rua com menos de 18 anos. Ele avalia que 90% dos cerca de 700 adolescentes de rua são usuários de crack.
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